Nostalgia

Essa semana estava conversando com um antigo flatmate e lembrando da época que morávamos juntos. Éramos seis dividindo um 3 bedroom flat, q para os padrões de Londres, era espaçoso e confortável. Foi um ano divertido, na época, o dia a dia foi tornando a convivência difícil, afinal dividir diariamente um espaço com outras cinco pessoas não é uma coisa fácil, nem quando são da sua família, imagina sendo de regiões e costumes diferentes! Mas as lembranças que ficam são boas, pelo menos p/ mim que gosto de extrair o melhor da vida. As lembranças ruins dão até saudades rssss

A vida do imigrante em Londres é bastante suada, são muitas horas trabalhando e muitas horas para ir e voltar do trabalho. Na época chegar em casa e ter pessoas na cozinha conversando, bebendo, fazendo um rango esperto era revigorante.

Tinha uma amiga que adorava cozinhar p/ todo mundo, compartilhar todos os detalhes dos relacionamentos amorosos com a gente, mas não gostava de arrumar as coisas, nem de limpar e organizar nada.

E por sinal, esse era o maior motivo das brigas, pq além de todo o expediente no trampo ainda tinha a casa p/ cuidar! Para limpar dá trabalho, mas p/ sujar é uma coisa facim de acontecer com seis colaboradores em tempo integral.

Tinha outro que fumava enquanto os outros cinco reclamavam p/ não fumar em casa, adorava beber e ficar até altas horas esperando para recepcionar os outros com vídeos e clips engraçados ou planejando uma guerra contra o "Lado B" do flat, reclamando do trabalho, do chefe, da vida, falando alto e quando os outros reclamavam disso, xingava pq n tinha o menor cabimento reclamarem dele, rsss

Tinha também uma figura que ainda não tinha aprendido a compartilhar e escrevia o nome nas coisas da geladeira, guardava um dedo de vinho, meio sanduíche, resto de arroz, mas não dividia de jeito nenhum! Na procura pela árvore da família se envolveu com os mórmons e recebia o grupo de manhã cedo na sala ao lado de um dos quartos. A falação deixava rastros de bom humor matinal rsss

Esse flat foi o único que dividi com brasileiros, com uma exceção rsss tivemos uma flatmate italiana que não falava italiano! E também não falava inglês. Um amor de pessoa, mas a comunicação era difícil. Ela falava um dialeto comum em Trieste, fronteira com a Slovakia.

As contas eram algo engraçado. Colocava-se um copo na mesa e cada um ia marcando o nome num papel e deixando a grana, não sem antes se desesperar pq o cheque não tinha caído ou pq os imprevistos da última viagem tinham comido todas as reservas financeiras.

As carências eram bonitinhas, era um – Dá atenção p/ mimmmmmmmmm! – gostoso de escutar pq significava q apesar de tudo éramos uma família e a convivência era prazerosa. Enfim uma nostalgia só.